A Dra. Raquel Mello falou sobre como esse tipo de atitude pode ser prejudicial na vida de uma pessoa
Eles despejam mensagens de ódio pelos posts espalhados pela internet. Conhecidos como haters, aqueles que odeiam, escrevem os comentários que podem ofender e ferir aqueles que leem.
A internet parece um ambiente seguro, pois cada um está na sua casa protegido pelas paredes e pelo pseudoanônimo. Só que isso não é totalmente verdadeiro, a internet cada vez mais toma um o formato solitário, crítico e muitas vezes acompanhado por um cyberbullying.
Em uma conversa com a Máxima Digital, a psicóloga Raquel Mello explicou quais malefícios que esse tipo de recados podem causar na vida de uma pessoa.
"Esse tipo de comentário pode trazer gatilhos para um comportamento disfuncional, levando a pessoa a seu extremo", disse a especialista.
Dra. Raquel falou que essas atitudes podem desencadear quadros psíquicos: "Sim. Podem ser gatilhos que irão desencadear casos como ansiedade, depressão, estresse pós-traumático, compulsão, anorexia entre outros.".
A psicóloga explicou como funciona a cabeça de uma pessoa que despeja essas mensagens de ódio.
"Os haters são pessoas com ideologias radicais e que não aceitam opiniões diferentes. Essas pessoas que destilam o ódio nas redes sociais se sentem autorizados para falarem o que quiserem pela falsa sensação de 'terra de ninguém' que a internet transmite. Uma forma segura de expressar suas opiniões de ódio e, ao mesmo tempo, de se retroalimentar deste. Ou seja, são pessoas com comportamento disfuncional e que se posicionam de maneira violenta para chamar a atenção para suas ideologias e para si.", explicou.
A especialista falou sobre como funciona a cabeça de quem lida com esses tipos de mensagens: "As pessoas se sentem atacadas, fragilizadas e muitas vezes invadidas em sua privacidade.".
"As pessoas se tornam frágeis e sempre procuram a validação social para suas atitudes, ou o contrário, podem ter um comportamento agressivo e desconfiado em relação às pessoas.", disse a psicóloga sobre a vítima poder desencadear complicações de convivência.
Como se blindar diante dessa situação? A psicóloga disse que o melhor caminho é fortalecer a saúde mental.
"A melhor blindagem contra os haters é a saúde mental, ou seja, trabalhar sua autoestima e seu emocional, para que você saiba lidar com o ódio destilado e não sinta aquilo para você e sim como uma disfunção do outro.", orientou.
A especialista aconselhou que a vítima faça acompanhamento com um profissional: "É importante que se entenda qual a dimensão dessa situação na vida da pessoa e como ela está trabalhando isso.".